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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Contra-reforma

Imediatamente após o início da Reforma Protestante, a Igreja Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-se, então, o Concílio de Trento (1545-1563),[48] que resultou no início da Contra-Reforma ou Reforma Católica,[49] na qual os Jesuítas tiveram um papel importante.[50] A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente determinantes para evitar que as idéias reformadoras encontrassem divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos.[51]
O biógrafo de João Calvino, o francês Bernard Cottret, escreveu: "Com o Concílio de Trento (1545-1563)… trata-se da racionalização e reforma da vida do clero. A Reforma Protestante é para ser entendida num sentido mais extenso: ela denomina a exortação ao regresso aos valores cristãos de cada "indivíduo"". Segundo Bernard Cottret, "A reforma cristã, em toda a sua diversidade, aparece centrada na teologia da salvação. A salvação, no Cristianismo, é forçosamente algo de individual, diz mais respeito ao indivíduo do que à comunidade",[52] diferente da pregação católica que defende a salvação na igreja.[53]
O principal acontecimento da contra-reforma foi a Massacre da noite de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes).[54]

sábado, 28 de agosto de 2010

Protestantismo


Introdução -
A grande crise religiosa do século XVI, conhecida por protestantismo, foi um dos movimentos que mais tipicamente definiu a insubordinação dentro de setores da Igreja. Inegável que existia a ignorância e a corrupção, incrustada em diversos setores e membros do clero. Entretanto, na época de São Francisco de Assis não foi diferente, mas sua atitude de fidelidade ao Papa e à Igreja, fizeram que seu nome fosse respeitado e venerado no mundo inteiro. Sua personalidade empolga, ainda hoje, todas as camadas da sociedade. Ele é o consolo dos fiéis, a alegria da Itália e o orgulho da Igreja.
Já a insurreição movida por Martinho Lutero, deixa clara a sua intenção orgulhosa em afrontar a hierarquia da Igreja. A propagação de suas idéias acarretaram uma grande cisão religiosa e conseqüentemente numa verdadeira avalanche política na Europa. A contestação dos dogmas e o ataque à organização da Igreja, repousavam no desprestígio do papado diante da crescente influência dos soberanos europeus que, por questões meramente políticas, influíam nas decisões regionais do clero, tendo a corrupção moral tomado conta de diversos setores do clero. Além disto, tornou-se difícil a interferência direta do Papa em tais questões, principalmente, por causa das distâncias. Como nos fins da Idade Média o espírito de independência desenvolveu-se em vários países, onde o nacionalismo crescente se ressentia de qualquer influência exterior, notadamente do Papa, os príncipes e monarcas interessados em aumentar seu poder, tinham a intenção de colocar a Igreja numa posição dependente. Vejamos:
HISTÓRIA
Conhecida com o nome de Reforma Protestante, teve suas raízes em movimentos religiosos da Idade Média, dirigidos por John Wyclif e João Huss. Esses movimentos haviam sido abafados, mas, na Inglaterra e na Boêmia, persistiam em estado latente as tendências que, combinadas posteriormente com causas muito complexas, fizeram eclodir a insurreição luterana na Alemanha.
Wyclif (1324-1384) foi professor de teologia da Universidade de Oxford, que se insurgira contra os tributos cobrados pela Igreja e declarara ser a Bíblia a única regra de fé, sendo livre a sua interpretação. Seus seguidores deram ao movimento um caráter de luta social contra a nobreza, e chefiados por John Ball, revoltaram-se em 1383, tendo conseguido entrar em Londres, onde, enganados por Ricardo II, foram eliminados completamente, sendo seus chefes decapitados.
João Huss, professor professor da Universidade de Praga, influenciado pelas idéias de Wyclif, tornou-se o chefe de um movimento religioso nacionalista de caráter antigermânico e antipapista. Havendo comparecido ao Concílio de Constança para justificar-se sob o ponto de vista doutrinário, foi considerado herético. Além disto, acabou sendo executado, não obstante possuir um salvo-conduto dado pelo imperador germânico. A execução de João Huss, desencadeou sangrenta guerra religiosa na Boêmia.
Nos primeiros anos do século X a Igreja atravessava um período difícil. A venda de cargos eclesiásticos e de indulgências, a diminuição do prestígio do papado pela influência dos soberanos que efetivamente influíam diretamente em decisões regionalizadas da Igreja, criaram um ambiente favorável para a difusão do movimento separatista protestante. Paralelamente, o forte espírito de independência já nos fins da Idade Média, desenvolveu-se em vários países, cujo nacionalismo crescente punha de lado qualquer interferência do Papa, considerado como estrangeiro. Os príncipes e monarcas habilmente exploraram esse nacionalismo, interessados em aumentar seu poder, intencionando colocar a Igreja numa situação de dependência. Deve-se considerar também o patrimônio da Igreja, que despertou a cobiça de reis e nobres, desejosos de anexarem às suas terras as propriedades dos bispados e mosteiros, adquiridos, durante séculos, pelas doações dos fiéis e que constituíam um terço do território alemão e um quinto da França. A isenção de impostos sobre estes domínios por certo aguçava o interesse das classes dominantes.
Já os motivos religiosos que completaram o conjunto de causas da reforma haviam sido provocados, de uma certa forma, pela influência do espírito crítico do humanismo. A contestação de dogmas e a crítica radical à hierarquia e estrutura da Igreja, basearam-se numa reação contra o pensamento de São Tomás de Aquino, sobretudo quanto ao livre arbítrio e os Sacramentos. O pensamento dos reformadores orientava-se, de certa maneira, de acordo com uma teoria na qual o livre arbítrio era sensivelmente prejudicado pela concepção do homem como um ser totalmente depravado, cuja salvação dependia da vontade divina. Outro fator importante era o grande número de padres que, sem nenhuma vocação religiosa, prejudicavam de maneira contundente o primado espiritual e a organização da Igreja. Nessas circunstâncias e nessa época, nasceu Martinho Lutero.
Lutero
Filho de família humilde, Martinho Lutero nasceu em Eilesben em 1483. A morte de dois companheiros o impressionou de tal maneira que, repentinamente, abandonou o curso de direito e ingressou no Convento Agostiniano de Erfurt. Logo depois foi nomeado professor da Universidade de Wittenberg. Uma viagem a Roma parece ter exercido grande influência em suas idéias já distanciadas da ortodoxia católica. Seu rompimento com a Igreja foi provocado diretamente pelo fato de Tetzel, um monge dominicano haver, em nome do Papa, percorrido algumas regiões alemãs reunindo fundos para a reparação da Igreja de São Pedro. A Lutero tal fato pareceu apenas uma venda de indulgências. A princípio as discussões entre ambos parecia apenas uma contenda entre frades, mas o rumo de franca rebelião dado por Lutero ao pregar suas teses na porta da igreja local, levou o Papa Leão X a interferir junto à ordem dos agostinianos para que o frade rebelde se retratasse, o que não se deu.
Em 1520, as idéias de Lutero foram condenadas numa bula promulgada por Leão X, e lhe foi dado o prazo de 60 (sessenta) dias para retratar-se, sob pena de heresia. Lutero queimou publicamente a bula papal. Carlos V, soberano do Sacro Império Romano Germânico, a quem preocupava o movimento iniciado pelo rebelde, intimou-o a comparecer à Dieta de Worms. Nela, Lutero reafirmou suas idéias e, garantido por um salvo-conduto, refugiou-se num castelo de seu amigo Frederico III, da Saxônia.
Lutero havia desencadeado uma onda de descontentamento e de revolta social. Em 1522 rebentava uma tremenda rebelião da pequena nobreza, abafada pelos exércitos da alta nobreza com o apoio da Igreja. Logo em seguida, em 1524, um levante de classes inferiores estourou no sul da Alemanha, com reivindicações de liberdade e igualdade social, que acabou dominada pelos nobres, prestigiados pelo próprio Lutero que os apoiou na repressão da rebelião campesina, na qual era nítida a influência dos anabistas. Estes constituíam o grupo protestante mais radical de seu tempo. Recomendavam aos cristãos a divisão dos bens e recusavam a prestação de serviço militar. Nessa altura dos acontecimentos, os protestantes já constituíam uma força político-religiosa na Alemanha e, parte da nobreza, se havia apoderado dos bens do clero católico.
Reuniu-se a Dieta de Spira (1526-1529), para resolver as grandes divergências existentes entre católicos e reformistas. Pediram os católicos que não fosse abolida a missa nos lugares onde ainda era celebrada e que fosse proibida a pregação doutrinária dos reformistas, nos lugares onde ainda não haviam dominado. Os luteranos protestaram contra estes pedidos, donde lhes veio o nome de "protestantes", pelo qual ainda hoje são conhecidos.
Consequências
Tal movimento expandiu-se pela Europa. Na Suécia e Dinamarca o protestantismo tornou-se religião oficial. Na Suécia, sua implantação foi política, pois o rei Gustavo Wasa, desejando anular a autoridade dos bispos, recuperou os domínios que haviam sido legados à Igreja Católica, fazendo profissão de fé luterana e procurando-a introduzir em todo o reino. Na Dinamarca, Frederido I declarou-se abertamente protestante e, mais tarde, seu filho Cristiano III aboliu a hierarquia católica e confiscou-lhe os bens. Na Suíça a reforma foi introduzida por Ulrich Zwinglio que, persuasivo, atraiu tão grande número de adeptos a ponto de, em 1529, provocar uma guerra civil-religiosa, na qual morreu. Enquanto a Suíça se debatia entre os dois grandes partidos políticos, chega a Genebra João Calvino, que sofrera profunda influência dos discípulos de Lutero. Definiu elementos básicos de sua teologia em sua Instituições da Religião Cristã. Alastrou-se o calvinismo pela Holanda e França, tendo também se infiltrado nos reformistas da Inglaterra (puritanos) e da Irlanda (presbiterianos).
Na Inglaterra, a revolução protestante teve como causa, entre outras, o casamento de Henrique VIII com Ana Bolena. O Soberano inglês era casado com Catarina de Aragão, mas apaixonara-se por Ana Bolena e pedira ao Papa Clemente VII a anulação de seu casamento, usando como pretexto a suposta existência de parentesco com a própria esposa. Não tendo conseguido o intento, Henrique VIII convocou uma assembléia do clero que o reconheceu como chefe da igreja anglicana, conseguindo, junto ao Parlamento abolição dos pagamentos de rendas ao Papa e proclamaram a igreja anglicana como órgão oficial sob autoridade exclusiva do rei.
Reação Católica
Antes mesmo do movimento reformista, já havia conhecido a Igreja um movimento de revivescência religiosa, iniciado pelo Cardeal Ximenes, na Espanha, onde se fundaram escolas, coibiram-se os abusos nos mosteiros e foram os padres obrigados a aceitar sua responsabilidade de dirigentes espirituais. Na Itália, já um grupo de padres fervorosos vinha trabalhando por uma recuperação do antigo espírito cristão, através de obras de caridade e serviço social. Destacaram-se os teatinos, com votos de pobreza, castidade e obediência, e os capuchinhos, que pretendiam seguir a mesma trilha de são Francisco. Além disso, comunidades religiosas organizaram-se, novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, que é a que melhor caracteriza o espírito de reação católica. Seu fundador foi Santo Inácio de Loyola. Como antigo oficial espanhol, ficou gravemente ferido no cerco de Pamplona. Durante sua prolongada convalescência, converteu-se e transformou-se num batalhador da causa católica, num dos momentos mais críticos da Igreja, ou seja, durante a expansão luterana. Deu à sua companhia uma organização pautada em moldes militares. Com as armas do ensino, da prédica e da catequese, os jesuítas infiltraram-se nas hostes luteranas, cristianizaram a américa espanhola, penetraram na China, no Japão, na Índia e evangelizaram o Brasil, onde destaca-se o nosso grande Padre José de Anchieta.
A reação católica, comumente denominada "contra-reforma", foi orientada por seis grandes Papas: Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Sisto V.
Para saber mais:
- Em 1542 a Inquisição foi restabelecida como órgão oficial da Igreja, dirigido de Roma pelo Santo Ofício, sendo que seu objetivo era deter o avanço protestante em Portugal, Espanha e Itália. Para saber mais consulte a história da Inquisição (desde a sua criação em 1231 pela bula Excommunicamus - do Papa Gregório IX, até seu restabelecimento em 1542).
- Consulte também o Concílio de Trento, que discutiu o corpo das doutrinas católicas baseadas nas críticas dos protestantes.
- Para entendermos como reis e imperadores decidiam diretamente nos setores regionalizados dos membros do clero, inclusive, intervindo na eleição de dignitários da Igreja, fato que foi duramente combatido pelo grande Papa Gregório VII muito antes da reforma protestante, ou seja, no século XI, consulte a questão das Investiduras.
- Recentemente, em 1982, um grupo de teólogos luteranos firmaram um documento, denominado "Manifesto de Dresden", onde os protestantes se questionam sobre sua recusa e indiferença à Maria Santíssima, já que o próprio Martinho Lutero foi devoto de Maria até à morte, dentre outras questões, principalmente a perplexidade diante das recentes aparições de Nossa Senhora e da infinidade de milagres cientificamente comprovados. Vale a pena ler.


A Reforma

  1. OS NOVOS VALORES EUROPEUS O tempo das reformas religiosas A crise religiosa do século XVI e a ruptura protestante A reacção Católica: Reforma Católica e Contra-Reforma
  2. Já desde a Idade média que se sentia a necessidade de mudança na doutrina da Igreja e no comportamento dos papas e dos membros do alto clero. John Wyclif , na Inglaterra, Jan Huss , na actual República Checa, e o monge italiano Girolamo Savonarola foram alguns dos que criticavam a Igreja e faziam apelos à sua reforma. A CRISE RELIGIOSA DO SÉCULO XVI John Wyclif Jan Huss Girolamo Savonarola
  3. Mas foi, no século XVI, que as críticas e os protestos dos humanistas , como por exemplo Tomas More e Erasmo de Roterdão, que defendiam a renovação da Igreja, aumentaram , pois os abusos do clero e o desprestígio da Igreja tornam-se mais evidentes . Mas porquê? Eis os soberanos Pontífices, os cardeais e os bispos (…). Hoje (…) estes pastores não fazem nada senão alimentar-se bem. Deixam o cuidado do rebanho ao próprio Cristo (…). Esquecem que o nome de bispo significa labor, vigilância (…). Estas qualidades servem-lhes para deitar mão ao dinheiro (…). Se os soberanos Pontífices, que estão no lugar de Cristo, se esforçassem por imitá-lo na sua pobreza, nos seus trabalhos, na sua sabedoria, na sua cruz e no desprezo da vida (…) não seriam os mais infelizes dos Homens? Erasmo de Roterdão, O Elogio da Loucura. Thomas More Erasmo de Roterdão e a sua obra “O Elogio da Loucura”
  4. 1- A veracidade de alguns dos ensinamentos da Igreja é posta em causa , devido ao espírito crítico dos renascentistas (exemplo: Geocentrismo). 2- A corrupção e a imoralidade dos membros do alto clero eram frequentes: AS CAUSAS DA CRISE DA IGREJA NO SÉCULO XVI ▪ Os membros do alto clero, nomeadamente os papas, comportavam-se como príncipes e levavam uma vida de luxo e ostentação. ▪ Muitos membros do clero prosseguiam uma vida imoral (vários tinham, aliás, mulher e filhos, contrariando o voto de celibato) e a sua formação religiosa era pobre. ▪ O acesso aos altos cargos eclesiásticos, devido aos elevados rendimentos que proporcionavam, era muitas vezes atribuído (e mesmo comprado) a familiares e a nobres ( simonia ). 3- A “Questão das Indulgências” : O Papa Leão X publicou, em 1513, a Bula das Indulgências , documento que concedia o perdão dos pecados aos cristãos que dessem esmolas para a construção da basílica de S. Pedro. Papa Leão X (1513-1521)
  5. Neste documento, Lutero condenava a venda das indulgências a troco de dinheiro e demonstrava que a capacidade para conceder o perdão dos pecados não pertencia ao Papa, pois a absolvição passava pela prática de boas acções. A RUPTURA COM A IGREJA: A REFORMA PROTESTANTE Indignado com a atitude da Igreja, Martinho Lutero , monge agostinho, denunciou publicamente a venda das indulgências através de uma proclamação, as 95 Teses Contra as Indulgências , que afixou nas portas da catedral de Vitemberga, em 1517 . Martinho Lutero (1483-1546)
  6. Foi, por isto, perseguido e excomungado (expulso da Igreja) em 1521. Em sinal de revolta, Lutero queimou publicamente a bula de excomunhão. Esta atitude marca a ruptura com a Igreja Católica e o início da Reforma Protestante . As ideias de Lutero deram início a uma nova doutrina – O PROTESTANTISMO – que rapidamente se difundiu nos países do Norte da Europa , embora com algumas variantes doutrinárias .
  7. AS IGREJAS PROTESTANTES ▪ Luteranismo (Igreja Luterana) : foi criado, na Alemanha, por Martinho Lutero e os seus princípios doutrinários, definidos na Confissão de Ausburgo , podem resumir-se aos seguintes:
    • a salvação alcança-se unicamente pela fé e não pelas obras;
    • a Bíblia é a única fonte de fé e deve ser interpretada livremente por todos (Lutero traduziu a Bíblia em alemão);
    • só existem dois sacramentos: o baptismo e a eucaristia;
    • recusa a autoridade do Papa, o culto dos santos e da Virgem e o celibato.
    Martinho Lutero (1483-1546)
  8. ▪ Calvinismo (Igreja Calvinista) : foi fundado, na Suiça, por João Calvino e assentava na teoria da predestinação , segundo a qual todo o Homem está destinado por Deus à salvação ou à condenação eterna. João Calvino (1509-1564) ▪ Anglicanismo (Igreja Anglicana) : foi fundado pelo rei Henrique VIII de Inglaterra , em 1534, através do Acto de Supremacia. Embora o chefe máximo passe a ser o rei inglês, esta Igreja manteve o cerimonial e a hierarquia da Igreja Católica. Henrique VIII (1509-1547)
  9. A RÁPIDA EXPANSÃO DA REFORMA PROTESTANTE ▪ Muitos príncipes e nobres aderiram à Reforma com o objectivo de se apoderarem dos bens materiais da Igreja Católica. ▪ Os camponeses esperavam livrar-se dos impostos que pagavam ao clero. Em finais do século XVI, a Europa encontrava-se dividida: o Norte era maioritariamente protestante e o Sul católico. Mas que razões explicam esta expansão do protestantismo ?
  10. Às críticas dos humanistas e avanços do protestantismo respondeu a Igreja Católica com um movimento que foi simultaneamente de renovação interna ( Reforma Católica ) e de combate à expansão do protestantismo ( Contra-Reforma ) . A REACÇÃO CATÓLICA: REFORMA CATÓLICA E CONTRA-REFORMA REFORMA CATÓLICA: Movimento de renovação interna que redefiniu a doutrina oficial da Igreja e reestruturou o clero , de forma a melhorar a sua formação e a sua conduta. Este processo de renovação interna da Igreja foi desencadeado a partir do Concílio de Trento (1545-1563), convocado e presidido pelo Papa Paulo III , no qual foram tomadas decisões relacionadas com a fé e a disciplina do clero. Papa Paulo III (1534-1549)
  11. Principais decisões do Concílio de Trento: ▪ Reafirmação da doutrina oficial da Igreja posta em causa pelos protestantes. ▪ Reestruturação do clero, impondo uma disciplina mais severa para combater a ignorância, a falta de formação e os abusos dos membros do clero:
    • criação de seminários como centros de formação dos padres;
    • proibição da acumulação de cargos;
    • proibição da ordenação sacerdotal antes dos 25 anos;
    • manutenção do celibato.
    Concílio de Trento (1545-1563) Foi o mais longo concílio da história da Igreja. Teve uma duração real de 8 anos divididos por três períodos: 1545-1549, 1551-1552 e 1562-1563. Foi presidido pelos papas Paulo III, Júlio III, Marcelo II e Pio IV.
  12. CONTRA-REFORMA: Movimento da Igreja Católica de prevenção e combate ao avanço do Protestantismo , por meio do recurso à Companhia de Jesus , à Inquisição e ao Índex .  A Companhia de Jesus. Santo Inácio de Loyola (1491-1556) Foi criada em 1539, pelo nobre espanhol Inácio de Loyola . Caracterizava-se por uma disciplina muito rigorosa e os seus membros, os Jesuítas , destacaram-se no ensino e na evangelização dos povos. Inácio de Loyola entrega ao papa Paulo III as regras da Companhia de Jesus
  13.  A Inquisição (Tribunal do Santo Ofício/Santa Inquisição). Tribunal eclesiástico destinado a “defender a fé católica e os bons costumes” , com poderes para prender, torturar e condenar, geralmente à morte na fogueira, os suspeitos de praticarem bruxaria ou outras religiões, especialmente o Luteranismo e o Judaísmo . Em Portugal, a Inquisição foi introduzida em 1536, no reinado de D. João III , e as suas principais vítimas foram os cristãos-novos , isto é, os descendentes dos judeus convertidos ao Cristianismo durante o reinado de D. Manuel I. Auto-de-fé: execução pública de condenados pela inquisição.
  14.  O Índex (Congregação do Índex). Fundado em 1543, era uma lista dos livros considerados perigosos para a fé e cuja impressão, venda e leitura era proibida, sob pena de excomunhão. Em muitos casos as perseguições e as condenações não eram motivadas por razões religiosas, mas sim por razões económicas. É que os bens dos condenados passavam a pertencer à Inquisição e muitos cristãos-novos eram ricos burgueses.